Gostaria de compartilhar com vcs a minha história.

No fim do mês de julho deste ano percebi o atraso na minha minha menstruação e, de cara, fiquei desesperada com a possibilidade de estar grávida. Além de não estar no meu planejamento tomo anticoncepcional há muito tempo, e, como esqueci de tomar alguns dias resolvi fazer o teste de farmácia mesmo achando que este daria negativo.

O teste deu positivo e no dia seguinte eu e meu marido fomos juntos fazer o bhcg. Fiquei na espera durante um dia, o dia mais longo de minha vida, peguei o resultado e pra minha surpresa lá estava ele "positivissimo". Fiquei desesperada mas logo o desespero foi tomado por uma alegria imensa. Ainda curso a faculdade, sei que ser mãe agora me atrapalharia mas nada me impediria de ser a melhor mãe do mundo.

Meu esposo ficou eufórico com a idéia de ser pai ele sempre quis ter um filho e agora seu sonho estava se realizando. Fui toda empolgada me consultar com minha ginecologista, que infelizmente, estava em um congresso e não pôde me atender. Me consultei com outra que pediu uma série de exames e uma ultrassonografia para saber a idade gestacional.

Fui fazer o exame e lá estava o saco gestacional medindo 5,2 mm sem embrião e sem vesícula vitelínica. O médico que realizou a ultra disse que a gestação ainda estava num estágio inicial e pediu para realizar um exame dentro de 15 dias. Fui buscar na internet algum caso de embrião que não aparece na ultra e pra minha surpresa encontrei inúmeros casos de gravidez anembrionária Até então nem sabia que isso existia. Entretanto, continuei tranquila daqui a 15 dias meu "feijãozinho" apareceria.

15 dias depois lá estava meu saco gestacional medindo 18,4mm e vazio. Meu mundo caiu e, antes que o médico falasse qualquer coisa eu sabia que não seria mãe. Repeti o exame depois de 7 dias e a gestação anembrionária foi confirmada. Eu, meu marido, e nossas famílias sofremos juntos. Não acreditei que aquilo estava acontecendo comigo. Chorava o tempo inteiro e perdi muitos dias de aula. Me senti uma criança que recebe um presente e, em seguida, perde o mesmo.

Para expelir os restos da gravidez, estou tomando methergin que está funcionando muito bem. Apesar da dor que a medicação causa acredito que é melhor que passar por uma curetagem.

Os danos físicos são poucos, os psicológicos é que são o problema. Ainda me sinto culpada por isso. Ainda acho que foi culpa do anticoncepcional mas sei que isso vai passar e que futuramente poderei planejar uma gravidez sem problemas. A família e os amigos também ajudam mas esse é um problema que temos que superar sozinhas. Pois quando passamos por isso ficamos muito fragilizadas e algumas pessoas tentam ajudar mas acabam atrapalhando com comentários do tipo: "Foi mellhor assim, vc ainda não se formou" ou "Melhor que vir uma criança doente". Não foi melhor assim, eu iria me formar do mesmo jeito e eu amaria meu filho mesmo se ele fosse doente!!!!

A melhor coisa que fiz foi voltar às aulas. Ainda falto muito por causa da dor mas fiquei mais motivada para concluir o curso, conseguir um bom emprego e planejar uma nova gravidez.

Desejo que todas as mulheres que passam ou que passaram por essa situação superem e continuem firmes na busca pelo seu sonho de ser mães. Os depoimentos do blog são muito confortantes.

Um grande abraço,

Suélen

Suelen enviou seu depoimento por email no dia 13 de setembro de 2011