Depoimento: Aline M.

17:25 8 Comments A+ a-

Em abril de 2012, dia 23, descobri minha primeira gravidez (BHCG 278), nossa quanta emoção, a família toda radiante (primeiro neto dos dois lados), os amigos soltando fogos, todo mundo uma alegria só....

Moro em Brasília e nosso parentes em Minas, minha mãe e irmã souberam na segunda-feira (23/04) e na sexta-feira (27/04) de manhã já estavam em minha casa, ganhei muitas roupinhas para o bb e para mim, e alegria não tinha mais lugar onde entrar... No sábado (28/04) fomos para o clube almoçar, e o dia transcorreu normalmente sem nenhum problema, quando chegamos em casa a noite, mal cheguei e fui pro banheiro fazer xixi (grávida já viram como é), qual não foi minha surpresa quando fui me limpar e encontrei uma manchinha rosada de sangue, fiquei desesperada, chamei minha mãe que veio correndo e tentou me acalmar.
Nesse momento várias coisas começaram a rondar me cabeça, será que estou perdendo, será que é normal, será que o embrião morreu???? Acordei ressabiada no domingo (29/04), e passei o dia inteiro preocupada se estava saindo sangue ou não, ia ao banheiro de 10 em 10 min e pra minha alegria no domingo e nem na segunda não saiu nada. Fiquei mais calma e achei que realmente era o tal do sangramento de implantação (pelas contas eu estava de 4 semanas).... Desencanei.

Quando foi na terça levantamos cedo pra ir a feira, até aí tudo bem, qunado fui ao banheiro e na calcinha não estava mais a borrinha rosa e sim uma borra marrom e em grande quantidade, saí do banheiro desorientada e da feira onde estávamos já saimos direto para o hospital, a médica que me atendeu fez o exame de toque e disse que parecia estar tudo bem, nem a luva dela estava suja quando tirou de dentro de mim, pediu uma ecografia para confirmar e pediu que eu ficasse em repouso...

Na quarta feira (02/05) foi minha primeira consulta, expliquei a médica o que havia acontecido e assim como todo mundo, ela disse que era normal devido ao tempo de gestação que eu só deveria me preocupar se fosse sangue vermelho vivo, pediu ecografia e vários exames, inclusive um novo beta que deu 1178, ou seja, a gravidez evoluia normalmente.
Na quinta (03/05) fiz ecografia e o médico disse que estava tudo normal mas que ainda não tinha dado pra ver nem a vesícula nem o embrião somente o saco, mas tudo normal, fiquei muito mais tranquila, desencanei total, depois disso até parou de sair sangue, estava tudo limpinho.

Na quarta feira da semana seguinte (09/05) quando levantei e fui ao banheiro saiu sangue vermelho, em pouca quantidade mas saiu, chamei meu marido e fomos correndo para o hospital, novamente nos disseram que estava tudo bem e na ecografia já deu pra ver a vesícula vitélinica porém nada do embrião, fiquei até mais tranquila porque pelas contas do médico eu estava com uma semana a menos do que o calculado e por aparecer a vesísula uma semana depois o sinal era de que estava evoluindo...

O resto da semana eu continuei sangrando, sempre preocupada mas como nas ecografias estava tudo bem procurava esquecer as preocupações. No domingo (13/05) dia das mães, passei o dia inteiro bem, tirando umas pontadinhas no ovário esquerdo, o sangramento havia diminuido e eu estva até mais tranquila, porém , de madrugada eu comecei a sentir umas dores fortes no ovário que havia doído fraquinho durante o dia, e quantidade de sangue havia aumentado, saímos mais desesperados ainda para o hospital, o médico que me atendeu super grosso, fez um exame na minha barriga, apertou ela toda por cima da roupa mesmo (não fez o toque) e pediu alguns exames de sangue, entre eles o BHCG, fiz todos e qual não foi minha triste surpresa quando vi pelo resultado que meu beta não havia aumentado quase nada de um pra outro, esse último deu 2105 (acho que esse número nunca vai sair da minha cabeça), como já havia lido vários relatos aqui nesse site e em outros, já sabia que minha gravidez não estava normal, quando levei o resultado para o médico ele apenas me confirmou o que eu estava cansada de saber, pediu outra ecografia para confirmar e realmente de uma para a outra não teve nenhuma evolução. Ele me recomendou esperar pelo aborto espontâneo, pois meu corpo já dava sinais que estava querendo expulsar os restos de gravidez.

Fiquei triste, arrasada, não parava de chorar, mas determinei que seria só por um dia, não mais que isso. Sou espiríta e acredito que tudo acontece por motivos que vão muito além da nossa vontade e que se isso aconteceu porque tinha que acontecer, daí pra frente comecei a rezar e pedir a Deus que me ajudasse a expulsar tudo sozinha, sem precisar da curetagem, na sexta feira (18/05) aconteceu o aborto espontâneo, sofri muito mas meu útero estava limpinho, e o melhor de tudo sozinho, o médico que me atendeu na emergência (pois as dores eram tantas que sai correndo para o hospital) disse que em dois ou três dias pararia de sangrar porque já estava tudo limpo e só tinha sangue dentro de mim.

E realmentre foi o que aconteceu, hoje sexta feira (25/05), exatamente uma semana depois, já não sangro mais e estou recuperada fisica e mentalmente. Agradeço muito as nossas famílias que foram tão compreensivas e ao meu marido que esteve do meu lado o tempo inteiro me dando muita força e me enchendo de esperanças.

O que quero deixar pra vocês é que nada, nem uma folha de árvore cai sem a vontade de Deus e sem ter um porquê, não desanimem, não fiquem deprimidas e principalmente se revoltem contra Deus, faz parte, estava escrito e não vai ser a sua revolta ou a seu desânimo que farão as coisas voltar atrás. Claro que ainda tenho umas recaídas, as vezes ainda choro e me aperta o coração, mas quando começo a ficar assim penso em Deus e em todas as mulheres que assim como eu já passaram por isso, não sou a primeira e não serei a última. Espero que o meu depoimento ajude vocês assim como o de muitas aqui me ajudou... Fiquem bem!!!

Aline enviou seu depoimento por email em 25 de maio de 2012.

Depoimento: Denise

17:24 25 Comments A+ a-

Nunca pensei que fosse passar por isso, mas aqui estou. Essa semana vivi os últimos episódios dessa triste história. Mas me sinto tranquila por saber que não havia muito a ser feito...

Gostaria então de deixar meu depoimento também, pois enquanto passava por isso, pesquisei muito e encontrei poucas referências que coincidiam com meu caso. Espero poder ajudar a pelo menos acalmar outras mulheres.

Começou assim: eu estava com 4 dias de atraso na menstruação, e decidi fazer dois testes de farmácia. Um em cada dia. No primeiro dia, apareceu somente uma listra forte e a outra estava bem fraquinha, quase imperceptível. No dia seguinte, fiz novamente e o resultado foi igual, só que com uma segunda listra levemente mais forte (mais ainda bem fraquinha). Decidimos fazer um exame beta hcg no dia seguinte - estava com seis dias de atraso - e deu negativo.

Como a menstruação continuava a não aparecer, fui ao médico, que solicitou uma bateria de exames e um ultrassom transvaginal. Ele foi taxativo: com certeza você não está grávida, pois a esta altura o bet hcg já deveria estar positivo. Todos os exames de sangue deram normais e o beta hcg, negativo. No ultrassom transvaginal nada apareceu. Então o médico receitou um remédio a base de progesterona (Provera), para estimular a menstruação e fazer com que meu corpo voltasse a ter ciclos regulados. Deveria tomá-lo por 10 dias.

Passados estes 10 dias, nada de menstruação. Já estava com 3 semanas de atraso, então resolvi fazer um teste de farmácia. Qual não foi minha supresa quando surgiram imediatamente duas listrinhas indicando positivo! No dia seguinte fui fazer um exame de sangue, e solicitei o beta hcg quantitavivo, para avaliar a dosagem do hormônio. O laboratório só liberou o resultado qatro dias depois, quando eu já estava com 4 semanas de atraso. E o resultado confirmou: positivo, 4 semanas.

Agora posso perceber que algo estava errado desde o início. Se eu estava com 4 semanas de atraso, o beta hcg deveria acusar uma gravidez de pelo menos 6 semanas (contando que eu deveria ter ovulado duas semanas antes da menstruação). 

Acontece que no mesmo dia em que recebi o resultado do beta hcg, comecei a ter um leve sangramento. Fui então ao plantão da maternidade, onde o médico solicitou um novo exame de sangue para avaliarmos se a gestação estava evoluindo. Caso a dosagem de beta hcg estivesse caindo, significaria aborto, caso estivesse subindo, significaria que a gestação estava evoluindo. Para nossa surpresa, mesmo o sangramento tendo aumentado ao longo do dia, a dosagem do hormônio subiu, de 2.875 na quinta-feira para 4.962 na segunda-feira.

Só que aí outro ponto de alerta: a dosagem do beta hcg deve duplicar a cada 48h. Se estava em 2.785 na quinta-feira, deveria estar um valor 4 vezes maior na segunda-feira. Quando na verdade, nem chegou a dobrar. Fomos então fazer um ultrassom. Pela data de minha ultima menstruação, eu deveria estar com 7 semanas. No entanto, o ultrassom indicou uma gestação de 5 semanas e 1 dia, e não foi possível ver o embrião. Este é outro ponto em que deveríamos ter sido alertados de que a gestação não estava evoluindo como deveria.

Mesmo com todos estes indícios, o médico receitou outro remédio a base de progesterona (Utrogestan), desta vez para se inserido na vagina, e repouso absoluto. Soliciotu que eu fizesse um novo beta hcg em uma semana, e novo ultrassom em 14 dias. Fiquei de repouso e continuei sangrando (fluxo intenso, com cólicas) por mais quatro dias, quando decidimos fazer um novo exame de sangue. Novamente, uma surpresa: o valor do hormônio havia subido mais uma vez, só que muito pouquinho, para 5.189 (lembrando que cinco dias antes estava em 4.962). Tudo isso indica uma evolução irregular das taxas de beta hcg, um dos indícios de gravidez anembrionária, ou ovo cego.

Tendo estes dados à mão, fomos a uma nova médica, também no plantão da maternidade, que dessa vez foi mais realista. Nos preparou para uma perda, e inseriu pela primeira vez o termo "ameaça de aborto" no prontuário. Para se certificar, pediu que fizéssemos um novo exame de sangue, com exatas 48h após o último, para que assim pudéssemos avaliar se o hormônio duplicaria conforme previsto.

A do novo exame era domingo de carnaval, então o resultado saiu somente na segunda-feira. Não foi com surpresa que recebi o resultado: o beta hcg tinha caído para 4.798, confirmando nossas suspeitas de aborto espontâneo.No mesmo dia, suspendi o repouso e também o uso do medicamento, e passei a me conformar com o insucesso da gravidez. Dois dias depois, na quarta-feira de cinzas, tive cólicas muito fortes que irradiavam pela coxa. Fomos ao plantão da maternidade e o ultrassom mostrou apenas uma mancha no útero. A médica orientou que eu voltasse no dia seguinte para fazer a curetagem, mas decidimos não fazê-la. Para minha alegria e tranquilidade, na última terça-feira (28/02), meu corpo terminou de expelir o que havia no meu utero e parei de sangrar. 

Ao todo, foram duas semanas de sangramento. E felizmente eu soube esperar que meu corpo lidesse naturalmente com a situação. Quinta-feira (01/03) fiz o último ultrassom que mostrou um útero limpo, tal qual antes da gestação.

Conclusão:
- a gestação já começou muito lentamente, já que com uma semana de atraso na menstruação não havia indícios de beta hcg no sangue
- não ficou comprovado se era um ovo cego, mas pela oscilação no beta hcg tudo indica que sim
- duas semanas foi o tempo que meu corpo levou para expelir o ovo cego. Mas poderia ter sido menos, se eu não tivesse tomado os remédios com progesterona que o médico indicou (Provera e Utrogestan)
- A natureza é sábia. Antes de acatar a indicação para a curetagem, recomendo que se espere um pouco, para que o copo o faça naturalmente.
 
Bom, este é meu relato. Espero com ele ajudar outras mulheres que passarem por algo parecido. Não é fácil, eu sei. Mas ter acesso a informações e histórias parecidas ajuda a acalmar o coração.
 
Denise enviou seu depoimento por email em 4 de março de 2012.

Depoimento: Deborah

17:21 0 Comments A+ a-

Engravidei em setembro/2011 era ao primeiro filho e apesar de não ser programado estava muito feliz me sentindo mãe e curtido cada momento, logo na primeira ultrassonografia apareceu o saco gestacional (18 mm) e vesícula vitelina sem embrião, fiquei assustada, mas com esperança. Depois de duas semanas repeti a trans e apareceu o embrião, mas era incompativel com a idade gestacional e não dava para ouvir os batimentos cardíacos, no entanto ainda nao queria acreditar e fiquei na expectativa que tudo desse certo, foi então que após uma semana fiz outra trans que deu o diagnostico de aborto inevitavel, fiquei destruída, era como se tudo que eu construi até hoje na minha vida não tivesse valor, uma sensação de fracasso insuportável, aliada ao medo que ainda me acompanha de que aconteça novamente. Fui internada na maternidade 03 dias depois e não precisei de curetagem, um capitulo triste da minha vida naquele momento se encerrou, mas depois ao retornar para minha casa, ficou um vazio, vazio este que até hoje continua. Emocionalmente, encontro-me melhor a cada dia, no entanto o que mais me incomoda é a incerteza do futuro. E saber que não estou sozinha, e que tantas mulheres passaram por este sofrimento e hoje estão com seus filhos no colo é o meu conforto.

Deborah enviou seu depoimento por e-mail em 27 de janeiro de 2012.